PRINCIPAIS FUNÇÕES DOS FITOATIVOS
AUXILIAM NO CONTROLE DE MICRORGANISMOS MALÉFICOS, ATUANDO COMO PROMOTORES DE CRESCIMENTO, ANTIBACTERIANOS, ANTI-INFLAMATÓRIOS, ANTIPARASITÁRIOS, ANTIOXIDANTES E IMUNOMODULADORES
CONTROLE DE PATOGÊNICOS BACTERIANOS
Os Fitoativos impactam diferentes estruturas das bactérias patogênicas:
1. Coagulação de proteínas no citoplasma;
2. Aumento da permeabilidade das membranas;
3. Alteração da força motriz do próton;
4. Vazamento de metabólicos e íons;
5. Modificação dos ácidos graxos nas membranas;
6. Impacto nas proteínas das membranas;
7. Impacto nas enzimas do citoplasma;
8. Impacto no ATP e nos ATPases;
9. Forte atividade de ANTI-QUORUM SENSING;
10. Atuação no sistema imune para aumentar a fagocitose e produzir anticorpos específicos.
Mecanismo principal:
ANTI-QUORUM SENSING GRAM-NEGATIVE E GRAM-POSITIVE
Os Fitoativos são ativos presentes em óleos essenciais de plantas aromáticas, gerados pelo metabolismo secundário dos vegetais, e que possuem diferentes formas de ação sobre microrganismos patogênicos, sendo utilizados como importantes ferramentas na prevenção e controle de infecções nos organismos dos animais.
Como os Fitoativos são compostos tipicamente por lipofílicos, eles possuem a capacidade de atravessar as membranas plasmáticas e acumularem-se nelas, modificando sua permeabilidade. Nesse processo, metabólitos e íons modificam suas concentrações séricas, por consequência de alterações na força motriz de prótons, alterando o pH citoplasmático, deixando-o mais acidificado pelo acúmulo de prótons H+. Essas alterações de íons e de pH obrigam a célula a utilizar diversas atividades metabólicas buscando a homeostase, porém sem sucesso, culminando no esgotamento da energia, sob forma de ATP, e morte celular.
No citoplasma atuam desnaturando e coagulando as proteínas, desconfigurando o metabolismo normal da célula. As proteínas enzimáticas, presentes tanto no citosol, quanto na membrana, também sofrem ação dos Fitoativos, e potencializam a ação degenerativa celular, principalmente as ATPases que influenciam diretamente no metabolismo energético. O material genético bacteriano também é afetado, aumentando o efeito bacteriostático, por influenciar diretamente na diminuição da divisão bacteriana.
O efeito bactericida é observado nos Fitoativos, pois as alterações por eles causados conduzem ao comprometimento dos processos metabólicos vitais da célula e o aumento da permeabilidade da membrana, com extravasamento de conteúdo celular, culminam na lise celular e na morte da célula.
Outro efeito interessante dos Fitoativos sobre as comunidades bacterianas, é a ação anti-quorum sensing sobre as bactérias gram-negativas e gram-positivas. As bactérias possuem um sistema de comunicação, o quorum sensing, realizado via liberação de substâncias químicas, utilizado para proteção da população, multiplicação de indivíduos e invasão de tecidos. Quando as bactérias identificam condições adversas, elas iniciam a comunicação e liberam substâncias poliméricas que funcionam como uma película de proteção contra agentes externos, o biofilme.
Colônias bacterianas envoltas nessa matriz, têm sua virulência potencializada e adquirem uma maior resistência aos antibióticos, sendo um agravante no combate das doenças. Os Fitoativos agem nas bactérias afetando a produção destas substâncias de comunicação e de seus receptores na membrana celular, desconfigurando esse mecanismo e impedindo a formação do biofilme e diminuindo a ação patogênica.
Ao adicionarmos Fitoativos nas dietas dos animais de produção, também ocorre a estimulação do sistema imune, muito importante para a manutenção da saúde e o combate de infecções. O sistema imune pode ser estimulado em suas duas vertentes: inata (natural) ou adquirida (adaptativa). Ambas possuem suas ações potencializadas quando comparamos grupos de animais suplementados com Fitoativos com aqueles que não os receberam.
Na imunidade inata, a quantidade e tipo de células de defesa do corpo é que possui ação direta sobre infecções e moléstias. As células somáticas que compõem o sistema inato são os neutrófilos, eosinófilos, granulócitos, basófilos, mastócitos, células dendríticas, monócitos, macrófagos e células natural killer. Essas células agem no organismo identificando infecções e desequilíbrios e combatendo os agentes patogênicos e suas implicações. As células de defesas nos diferentes tecidos agem realizando fagocitose, liberando de mediadores inflamatórios, produzindo de citocinas e moléculas apresentadoras de antígenos. Animais que recebem Fitoativos apresentam maiores quantidades desses grupos celulares nos seus níveis séricos.
No sistema imune adquirido, são os anticorpos que possuem ação sobre os organismos patogênicos ou substâncias por eles produzidas. A produção dos anticorpos é específica ao agente agressor, que pode ser um vírus, bactéria ou substância por eles produzida, ou ainda uma resposta vacinal.
Ao entrar em contato com um antígeno os linfócitos T e B são ativados e iniciam a produção dos anticorpos, que são secretados pela célula e atingem a circulação linfática e sanguínea. Animais que são suplementados com Fitoativos têm sua resposta imune potencializada, sendo observado em experimentos que o título de anticorpos sanguíneos destes é superior ao esperado em animais não suplementados, o que melhora a defesa dos organismos contra patógenos e potencializa a proteção vacinal, sendo sua utilização combinada aos períodos de vacinação altamente recomendada.
A adição de Fitoativos nas dietas dos animais tem efeito anti-inflamatório, diminuindo as respostas celulares exacerbadas frente às infecções ou a compostos irritantes, como o gás amônio, preservando a integridade celular, diminuindo inchaços e acúmulos de líquidos e preservando a energia basal.
Eles agem principalmente na redução da produção de citosinas pró-inflamatórias, que são indicadoras e sinalizadoras das respostas inflamatórias. Dessa forma os tecidos apresentarão menor irritação, rubor, temperatura e sensação de dor, contribuindo para a mais rápida recuperação local. Tecidos intensamentes inflamados tendem a produzir lesões, o que pode acarretar na entrada de bactérias e/ou vírus, que pela falta de homeostase tissular, podem desencadear doenças.
Nas infecções virais comumente enfrentadas pelos animais de produção, os Fitoativos também possuem uma importante função que impactam diretamente em sua capacidade infectante. Os vírus são seres acelulares muito simples que necessitam obrigatoriamente parasitar células para sua reprodução e sobrevivência.
Para tanto, os vírus possuem estruturas glicoproteicas em sua membrana, os spikes, que eles utilizam para adentrar na célula hospedeira. Esses spikes funcionam como “chaves” que fazem com que as células permitam que haja a fusão entre os vírus e as suas membranas plasmáticas. Os Fitoativos agem sobre esses spikes, modificando sua estrutura usual, causando impacto sobre seu poder infectante, impedindo que eles consigam adentrar as membranas plasmáticas. Dessa forma, a utilização de Fitoativos em animais de produção têm a capacidade de diminuir a virulência de patógenos, impedindo a infecção viral.
Efeitos positivos sobre a infecção de protozoários em animais de produção também são observados quando os Fitoativos são inclusos nas dietas. O gênero Eimeria spp. é composto por uma categoria de protozoários intracelulares obrigatórios, com um complexo ciclo biológico e com um tropismo pelo intestino dos animais. Provocam diarreias de grande impacto zootécnico em diferentes espécies, denominadas eimerioses ou coccidioses. Os coccídios realizam três fases típicas para sua dispersão e reprodução: fase esporogonia que ocorre no meio ambiente e outras duas fases, merogonia (reprodução assexuada) e gametogonia (reprodução sexuada), nas células intestinais do hospedeiro. Os Fitoativos atuam na fase esporogonia e merogonia, clivando o ciclo do parasito, diminuindo sua população e seu poder infectante.
Além das ações sobre o sistema imunológico e sobre organismos potencialmente patogênicos, os Fitoativos também têm a capacidade de impactar diretamente sobre o sistema respiratório, termo sensação e sobre a saúde intestinal dos animais.
Alguns Fitoativos, ao serem adicionados por nebulização sobre os animais possuem um impacto positivo sobre o sistema respiratório, principalmente em casos de infecções e inflamações. Ao adentrar o trato respiratório, os Fitoativos agem diminuindo a resposta inflamatória das mucosas dos brônquios, a produção de secreções e muco e ao inchaço dos tecidos pulmonares, aliviando os principais sintomas das afecções respiratórias.
Em conjunto a essas ações, os Fitoativos têm efeito broncodilatador, aumentando o fluxo de ar para os pulmões, melhorando a oxigenação e a respiração dos animais. Essas ações têm impacto direto na saúde e bem-estar dos animais, juntamente com o comprovado efeito imunológico, virucida e bactericida, previnem e tratam as disbiose e infecções respiratórias nos animais de produção.
Na mesma forma de ministração, alguns Fitoativos presentes nos óleos essenciais de canela, eucalipto e menta são capazes de amenizar o estresse calórico nos animais em situações adversas de temperatura. Esses compostos agem sobre os receptores sensoriais de calor e são capazes de gerar uma sensação de frescor, causando impacto direto sobre o estresse térmico e diminuindo as respostas fisiológicas habituais que ocorrem quando a temperatura crítica de cada espécie animal é atingida. Ao gerar essa sensação de frio nos organismos dos animais, observa-se menores taxas de hormônios ligados às situações de estresse, etologia inalterada e índices zootécnicos adequados, quando comparados aos animais em mesma situação sem a utilização dos Fitoativos. Juntamente com essa importante ação, diminuem inflamações, melhoram a resposta imune e garantem saúde e produtividade. Pesquisas apontam que esses Fitoativos posuem efeito bacteriostático e bactericida para cepas de vários microrganismos como Streptococcus pyogenes, Escherichia coli, Candida albicans, Staphylococcus aureus, Acinetobacter baumannii e Klebsiella pneumoniae, resultando em menores índices de infecções por esses patogênicos. Outro impacto importante e interessante destes Fitoativos é a redução da sensação de dor e desconforto, o que impacta diretamente sobre o bem-estar e produção animal. Em situações de produção animal nos trópicos, Fitoativos termogênicos não são recomendados, pois aumentam a sensação de calor e causam impacto sobre o estresse térmico.
TERMO SENSAÇÃO
Os Fitoativos
interagem com
os receptores de
temperatura:
1. Fitoativos como canela, hortelã e eucalipto criam uma sensação de frio;
2. Combinações de Fitoativos selecionados reduzem a sensação de dor;
3. O Fitoativo da pimenta aumenta a sensação de calor, não desejada em nosso clima.
Dentro do contexto sanitário e zootécnico, a manutenção da integridade intestinal e a modulação da Microbiota são pautas importantíssimas. A integridade da mucosa intestinal está diretamente relacionada com a produtividade e a saúde dos animais de produção. Maiores quantidades de muco são encontradas protegendo o epitélio intestinal de animais que recebem Fitoativos na dieta, sendo essa substância essencial para a proteção contra a agressão de enzimas e substâncias potencialmente degenerativas, agregando mais esta ação à proteção e à integridade intestinal. Uma mucosa sem lesões deixa de ser uma porta de acesso para infecção de patógenos e um epitélio saudável é capaz de uma melhor absorção de nutrientes vindos da dieta.
Quando um patógeno provoca danos nas células intestinais, pode ocorrer alterações na capacidade de digestão e absorção de nutrientes, com o surgimento de inflamações na mucosa intestinal, portanto, uma modificação na altura dos vilos. Além disso, ocorre um espessamento na parede intestinal resultante da inflamação que tem como consequência a diminuição da capacidade de absorção e o acúmulo de nutrientes, que são precursores de disbioses.
Em pesquisas, a utilização de Fitoativos promoveu uma preservação dos enterócitos e uma menor renovação celular, com efeitos antioxidantes, o que diminui o gasto energético basal. Além disso promove uma maior relação vilo / cripta, aumentando a superfície de contato absortiva com a digesta, promovendo um maior aproveitamento da digesta, juntamente com uma maior atividade enzimática intestinal. Essa atividade potencializada é resultado da estimulação gástrica e intestinal da produção de enzimas digestivas, que inicia-se na olfação e gustação de dietas suplementadas com Fitoativos. Essas ações aumentam a quantidade de energia metabolizável disponível para a produção animal, melhorando os índices zootécnicos e com efeito promotor de crescimento.
A flora intestinal é impactada diretamente quando Fitoativos são inclusos na dieta. Os organismos patogênicos, gram-positivos e gram-negativos, ao entrarem em contatos com os Fitoativos são afetados pelas ações bacteriostáticas e bactericidas, com redução de suas populações e com isso a perda de sua capacidade competitiva na Microbiota. Dessa forma bactérias benéficas aumentam suas populações, como por exemplo as ácido-láticas, modulam o microbioma em seu benefício, tornando-o inóspito para as outras espécies e diminuindo ainda mais a capacidade infectante das potencialmente patogênicas. Sob grande pressão populacional de bactérias benéficas e afetadas pela ação dos Fitoativos, as bactérias têm sua virulência minimizada, beneficiando a saúde intestinal e geral dos organismos animais.
MELHORAM A INTEGRIDADE INTESTINAL: MODULAÇÃO BENÉFICA DA MICROBIOTA E DA MUCOSA INTESTINAL
Rodrigo, F.A.P. et al. Fisiologia Da Barreira Epitelial Intestinal. In: ORIÁ, R. B.; BRITO, G. C. Sistema digestório: integração básico-clínica. São Paulo: Blucher, 2016.
Os Fitoativos melhoram a absorção de nutrientes:
1. Modulação beneficial da Microbiota;
2. Redução de cepas patogênicas na Microbiota Intestinal;
3. Melhora da camada mucoide, protegendo as microvilosidades;
4. Aumento da relação vilo/cripta;
5. Aumento da atividade enzimática;
6. Melhora da energia metabolizável.